ORIENTAÇÃO E ASSESSORIA NO PLANEJAMENTO E NA CONDUÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA EM SAÚDE
Depois de trabalhar por um longo período no desenvolvimento e aplicação de modelos epidêmicos computacionais probabilísticos, assim como sua contextualização na plêiade de métodos epidemiológicos disponíveis, tema que ainda me interessa sobremodo, passei a atuar, desde 2003, na co-orientação, bem como no assessoramento metodológico e estatístico dos trabalhos de investigação desenvolvidos na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, até 2010, e no Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde, até agora. Esta ampla experiência em planejamento e condução de centenas de projetos de pesquisa, corroborada pelas publicações daí decorrentes, beneficiou-se indubitavelmente da articulação com um grande número de professores e alunos de pós-graduação, atuando em linhas de pesquisa bastante heterogêneas, algo frequente no campo da Saúde.
Esta confrontação entre uma formação prévia mais teórica e a necessidade premente de viabilizar na prática os projetos de pesquisa quantitativa, com todas as suas limitações previsíveis, em um estágio subsequente da carreira, em muito enriqueceram minha trajetória como pesquisador.
Minha experiência acumulada nestes últimos anos, na co-orientação de projetos de iniciação científica, mestrado, doutorado, assim como de investigações regulares de docentes, subvencionadas por agências de fomento, inclui todas as etapas de desenvolvimento de um projeto de pesquisa quantitativa típico em Saúde, a saber:
1 FASE CONCEITUAL
Estágio preliminar caracterizado, além da correta definição do problema e da escolha do referencial teórico ou marco conceitual apropriado, pela formulação dos objetivos e correta enunciação das questões ou hipóteses de pesquisa, devidamente fundamentadas em bases teóricas, como a construção e validação de instrumentos de medida e o estabelecimento de relações entre as variáveis de interesse.
2 FASE DE DESENHO OU DELINEAMENTO
Etapa em que o pesquisador precisa tomar uma série de decisões críticas a propósito da metodologia apropriadaao desenvolvimento do trabalho, bem como da elaboração cuidadosa de um plano de coleta de dados. Inclui:
escolha de um desenho ou delineamento de pesquisa (estudos observacionais, seccionais ou longitudinais, bem como de intervenção);
identificação da população (critérios de inclusão bem definidos) e da amostra, se probabilística ou não;
definição dos métodos de mensuração (validação de instrumentos, se necessário) e classificação das variáveis;
delineamento do plano de amostragem, assim como o cálculo do tamanho amostral pela análise do poder a priori;
condução do estudo piloto.
3 FASE EMPÍRICA
Caracterizada pela implementação da coleta de dados e pela preparação desses dados para a próxima etapa de análise. Compreende:
coleta de dados propriamente dita;
preparação dos dados, envolvendo a correta codificação dos instrumentos de medida e a elaboração do banco de dados, devidamente validado por dupla entrada ou digitação.
4 FASE ANALÍTICA
Infelizmente, é só neste estágio que alguns pesquisadores buscam o apoio ou a cooperação de um assessor, quando os dados jáforam coletados, quer para discutir o modo mais adequado de apresentá-los ou interpretar as implicações dos resultados. No entanto, nenhum procedimento de análise, por mais sofisticado que seja, pode compensar os problemas decorrentes de delineamentos inadequados, instrumentosde medida não validados ou quaisquer outras deficiências nas etapas anteriores. Pode ser dividida em:
análise de dados, exploratória ou inferencial, realizada computacionalmente; minha preferência é o SPSS, aplicativo extremamente didático;
interpretação dos resultados.
5 FASE DE DISSEMINAÇÃO
Etapa de publicação dos resultados para a comunidade, que não pode prescindir de uma boa dose de persuasão.
Sendo assim, independentemente de sua experiência como pesquisador(a), procure o quanto antes, ainda na fase inicial de concepção de seu projeto, a orientação e assessoria metodológica de um profissional de sua confiança.